Goiânia – Mesmo com a adoção de medidas restritivas mais rígidas, norma técnica orientando as cidades sobre quais ações tomar e exatamente um ano após o primeiro registro de Covid-19, Goiás avançou na gravidade da pandemia e voltou ao pior cenário registrado, até então.
Isso ocorre no mesmo dia em que o estado completa um ano da ocorrência dos primeiros casos confirmados de contaminação pelo novo coronavírus. Foram eles: duas mulheres de Goiânia e outra de Rio Verde, no sudoeste do estado.
Conforme mapa divulgado nesta sexta-feira (12/3) pela Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO), apenas uma área do estado está fora do nível de calamidade. A região Nordeste II, uma das menos habitadas, que possui 11 municípios, se mantém no nível crítico, de acordo com a avaliação feita pelos técnicos do órgão.
A região Norte, que chegou a sair da situação de calamidade e passar para o nível crítico, na semana passada, voltou à pior classificação e se juntou ao grupo de 17 das 18 macrorregiões goianas. Com isso, 235 dos 246 municípios do estado, que equivalem a 95,5% do total, encontram-se hoje no pior quadro da pandemia.
Recomendações
Norma técnica elaborada pelo Estado e repassada aos prefeitos das cidades, há quatro semanas, orienta que esses locais mantenham apenas os serviços essenciais em funcionamento. Mesmo que eles evoluam e passem para um nível menor de gravidade, na próxima semana, a recomendação é que as medidas perdurem por pelo menos mais sete dias, até certificar a evolução real do quadro da pandemia.
As únicas cidades fora da situação de calamidade são: Alvorada do Norte, Buritinópolis, Damianópolis, Guarani de Goiás, Iaciara, Mambaí, Nova Roma, Posse, São Domingos, Simolândia e Sítio D’Abadia.
Baixo índice de isolamento
Apesar das tentativas, os gestores não tem conseguido fazer com o índice de isolamento cresça no Estado. Segundo monitoramento feito pelo site In Loco, Goiás tem atualmente um porcentual de apenas 32,7% de isolamento, conseguindo ultrapassar os 40% apenas em dias de final de semana ou feriado.
Em Goiânia e Região Metropolitana, assim como em outras áreas do Estado, foram publicados decretados com novas regras de funcionamento e abertura do comércio, desde que o governo estadual divulgou a norma técnica. A capital vem reavaliando as medidas a cada sete dias e deve fazer nova atualização neste final de semana.
Leitos a quase 100%
O efeito da gravidade da pandemia demonstra-se nos hospitais. Tanto a rede pública quanto a privada estão hoje com a ocupação de leitos próxima dos 100%, e isso vale para Unidades de Terapia Intensivas (UTIs) e Enfermarias. O cenário obriga, inclusive, a adoção de medidas extremas, como a intubação de pacientes graves em prontos-socorros ou áreas de emergência.
Nesta manhã, os leitos de UTI dos hospitais da rede estadual de saúde, apesar do aumento da quantidade nos últimos dias, estão com 97,55% de ocupação, de acordo com o painel on-line da SES-GO. Restam, somente, 11 leitos disponíveis.
Goiás ultrapassou a marca das 9 mil mortes por Covid-19 na segunda-feira (8/3), exatos 21 dias depois de atingir as 8 mil mortes. A média móvel, que avalia a evolução dos registros de óbito a cada semana, indica o avanço da pandemia.
De acordo com os dados do Ministério da Saúde, a média móvel goiana, referente aos últimos 14 dias, está em 62,93, diante de 179 mortes registradas, no período. É a maior média desde o início da pandemia.
