O deputado Arthur Lira (PP-AL), apoiado por Jair Bolsonaro na corrida para a presidência da Câmara dos Deputados, buscou se distanciar da pecha de candidato do governo. Ele destacou que o adversário, deputado Baleia Rossi (MDB-SP), também faz parte da base aliada.
Lira, todavia, frisou que não tem “chefe”, como o atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse no último sábado (9/1).
“O outro candidato é tão base de governo quanto eu. Que fique claro. As duas [candidaturas] são da base do governo, o que me diferencia do outro candidato é que sou exclamação, sou afirmação, reto, franco, direto, não tenho patrão”, disse Lira, nesta segunda-feira (11/1). “Eu não tenho dono, não tenho chefe, não tenho tutor, não tenho patrocinador”, acrescentou.
Lira conta com o apoio de PP, PL, PSD, Republicanos, Solidariedade, Pros, Patriota, PSC e Avante, num total de 193 parlamentares. O PTB, com 11 deputados, e o Podemos, com 10, devem seguir com ele, totalizando 214.
Na última semana, o parlamentar se reuniu com governadores e deputados em Macapá (AP), Belém (PA), Boa Vista (RR), Manaus (AM), Rio Branco (AC), Porto Velho (RO) e Cuiabá (MT). Nesta segunda-feira, ele segue para Palmas (TO) e Goiânia (GO).
A eleição da Mesa Diretora da Câmara está prevista para 1° de fevereiro e ocorre sob voto secreto — que abre margem para potenciais “traições”. Para ser eleito, o candidato necessita de 257 votos.
Senado
Lira explorou o apoio de Bolsonaro ao candidato do DEM no Senado, Rodrigo Pacheco (MG). “Qual é a diferença do governo no Senado e do governo na Câmara? O MDB e o DEM são da base. Lá [no Senado], eles estão querendo que o governo fique neutro”, disse.
“O mesmo DEM pensa do mesmo jeito na Câmara e no Senado, é só uma questão de narrativa. Isso é ridículo”, finalizou.