Chegaram a Brasília, às 23h24 desta segunda-feira (13/11), os 32 brasileiros e familiares resgatados pelo governo federal da Faixa de Gaza, palco de guerra entre Israel e o Hamas há pouco mais de um mês.
Eles passarão por trâmites migratórios e devem permanecer dois dias na Base Aérea de Brasília, sendo acolhidos e recebendo atendimento médico e burocrático, para regularizar documentos. Duas crianças do grupo, com suspeita de desnutrição, seguirão de ambulância para um hospital.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) integra a comissão do governo na Base Aérea de Brasília para a recepção ao grupo de brasileiros. Ele está acompanhado de ministros como Mauro Vieira, das Relações Exteriores, e Paulo Pimenta, da Comunicação Social.
Lula recebeu o grupo logo na pista da Base Aérea. O presidente brasileiro cumprimentou todos que desceram as escadas colocadas ao lado da aeronave.
Retirados de Gaza após semanas de negociação diplomática, os brasileiros e familiares chegaram à capital federal após passarem um dia no Cairo, capital do Egito, e viajarem num avião da Força Aérea Brasileira (FAB), que, normalmente, fica a serviço da Presidência da República.
Após os dois dias em Brasília, alguns ficarão na capital, e outros seguirão para destinos como São Paulo e Rio Grande do Sul. Uns têm familiares no Brasil e devem ficar em suas casas, enquanto outros resgatados ficarão, por enquanto, em abrigos do governo federal.
O grupo tem 22 brasileiros de nascimento, sete palestinos naturalizados brasileiros e três palestinos familiares próximos. São 17 são crianças, nove mulheres e seis homens.
Em Gaza, eles ficaram em abrigos contratados pela diplomacia brasileira e na casa de parentes e conhecidos, enquanto testemunharam o drama da guerra se intensificar.
A expectativa pelo resgate aumentou quando o Egito começou a autorizar a saída de feridos e estrangeiros pela fronteira em Rafah, mas o grupo brasileiro só entrou na sétima lista e ainda teve de esperar devido a fechamentos da passagem por razões de segurança.
Os resgatados conseguiram deixar Gaza em um momento em que a crise humanitária se agrava e hospitais estão deixando de operar por falta de condições. Em vários momentos, eles viveram limitações de água e comida.
“A oferta no momento da recepção envolve cuidados psicológicos e clínicos, incluindo urgências e emergências que possam surgir. A equipe será formada por cinco profissionais da saúde: uma médica, um enfermeiro e três psicólogos”, informou o Ministério da Justiça, um dos responsáveis pela operação de recepção.
Até o desembarque dos resgatados da Faixa de Gaza, a Operação Voltando em Paz, da FAB, havia realizado nove voos, resgatando 1.445 pessoas e 53 animais de estimação de Israel e da Cisjordânia.
