O governo brasileiro decidiu suspender, neste sábado (4/9), a exportação de carne bovina para a China. A medida decorre da confirmação de dois registros de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB) atípica, conhecida popularmente como “doença da vaca louca“.
Os episódios ocorreram em frigoríficos em Belo Horizonte (MG) e em Nova Canaã do Norte (MT). O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento confirmou as informações.
Ambos os casos foram detectados durante a “inspeção ante mortem“. Segundo o ministério, trata-se de vacas de descarte, que apresentavam idade avançada e estavam em decúbito nos currais.
Em nota, a pasta afirma ter tomado “todas as ações de mitigação de risco” antes da emissão do resultado final pelo laboratório de referência da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), em Alberta, no Canadá.
“Portanto, não há risco para a saúde humana e animal”, enfatiza o ministério. Com os registros recentes, o país contabiliza cinco casos da doença em 23 anos. O Brasil nunca apresentou a ocorrência de caso de EEB clássica.
“O Mapa esclarece que a OIE exclui a ocorrência de casos de EEB atípica para efeitos do reconhecimento do status oficial de risco do país. Desta forma, o Brasil mantém sua classificação como país de risco insignificante para a doença, não justificando qualquer impacto no comércio de animais e seus produtos e subprodutos”, completa o órgão federal na nota.
A doença
A EEB tem caráter neurodegenerativo. Não há tratamento para a doença, considerada fatal em todos os casos. A enfermidade é causada por uma partícula proteinácea infectante denominada de “prion’’. A modalidade atípica ocorre de maneira espontânea e esporádica, e não está relacionada à ingestão de alimentos contaminados.
Os sintomas geralmente incluem perda progressiva de memória, espasmos musculares prolongados, sonolência, dificuldades para dormir corretamente, raciocínio lento, dificuldade de concentração, problemas de visão, dificuldades na coordenação de movimentos, cansaço físico e falta de discernimento.
