O presidente Jair Bolsonaro (PL) usou sua live semanal, nesta quinta-feira (16/6), para atacar novamente a Petrobras, seus diretores, acionistas minoritários e o reajuste no preço dos combustíveis que a empresa está prestes a anunciar.
“Espero que a Petrobras não queira aumentar o diesel e aumentar a gasolina nesses dias em que estamos negociando com o Parlamento, com tremenda boa vontade dos parlamentares”, disse o presidente, referindo-se ao corte de impostos sobre diesel e gasolina, que foi aprovado pelas duas Casas.
Ao comentar uma notícia dando conta de que a margem do lucro da Petrobras seria até seis vezes maior do que de petroleiras estrangeiras, Bolsonaro explodiu: “A Petrobras está rachando de ganhar dinheiro. O diesel está lá em cima, em função de impostos e também em função do preço cobrado pelo Petrobras, que está rachando de ganhar dinheiro”, disse ele.
“Quanto mais o povo está sofrendo, mais felizes estão os diretores e o atual presidente da Petrobras”, completou o presidente. O governo tenta trocar José Mauro Coelho por Caio Mário Paes de Andrade o comando da empresa estatal de petróleo e gás.
“A gente espera que o conselho se reúna, porque o conselho não quer se reunir, para decidir a troca do presidente. E o presidente, uma vez assumindo, impõe a sua política”, discursou o presidente, que avalia que há espaço para a empresa segurar reajustes e ainda assim manter a paridade com os preços internacionais:
“Segundo as informações que chegaram pra nós, quando aumenta o petróleo lá fora, não precisa reajustar imediatamente os preços. Ela [Petrobras] tem um prazo de vários meses para reajustar”.
Bolsonaro disse que a Petrobras tem “uma sanha de imediatamente reajustar o preço dos combustíveis” e indicou que isso se dá por pressão de acionistas minoritários, “especialmente os fundos de pensões fora do Brasil”.
Mesmo tendo discursado contra o reajuste, Bolsonaro disse que não fará nenhum apelo à empresa. “Fiz [apelo] no passado e quebrei a cara. Aumentaram o litro do diesel em R$ 0,80 dois ou três dias depois”, reclamou ele.
Apesar do que disse Bolsonaro, membros de seu governo se reuniram com a diretoria da Petrobras na segunda-feira (13/6). No encontro, integrantes do Executivo pediram para que a estatal tente segurar um novo reajuste no preço dos combustíveis.
E os diretores insistiram na tese de que os preços estão defasados em relação à cotação internacional e que o reajuste é necessário para evitar o risco de desabastecimento.
“A gente espera que a Petrobras não reajuste os combustíveis, mas eles têm total liberdade, não mando em nada lá. Trocamos o ministro das Minas e Energia, ele está tentando aí mudar a diretoria e presidência da Petrobras, é uma burocracia enorme, não depende de nós. Mas a gente espera que a Petrobras não faça essa maldade com o povo brasileiro”, concluiu Bolsonaro.
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