A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) confirmou, nesta quarta-feira (29/9), que a cerveja vai ter um aumento a partir do mês de outubro. “A expectativa é de que o reajuste acompanhe a inflação acumulada nos últimos 12 meses e fique em até 10%”, ressalta.
A Abrasel disse ainda que 37% do setor de bares e restaurantes opera atualmente com prejuízo; em São Paulo, esse número chega a 50%. “Novo aumento de custos deverá ser repassado imediatamente ao consumidor”, ressaltou a entidade.
A Ambev informou, na noite de terça-feira (28/9), que vai aumentar o preço das cervejas no mercado. A empresa é dona de marcas como Skol, Brahma, Antarctica, Bohemia e Stella Artois.
De acordo com o presidente-executivo da Abrasel, Paulo Solmucci, haverá diferença entre os estados. “Acreditamos que São Paulo deve seguir a inflação, mas nos outros estados esse aumento ficará entre 6% e 8%. No Rio de Janeiro, por exemplo, nossa expectativa é de que fique em torno de 7%.”
Solmucci afirmou ainda que o reajuste anunciado pela cervejaria, embora compreensível em função da alta nos insumos e do dólar, não é desejável nem bem recebido. “O setor está hiperpressionado por aumento de custos na luz, no aluguel, nos alimentos, no combustível, que afeta o delivery, por exemplo. Não suporta novo aumento sem repassar para o consumidor. É o que acreditamos que vai acontecer instantaneamente”, afirma.
Para o presidente da Abrasel, o reajuste proposto pela Ambev abre as portas para que as outras cervejarias façam o mesmo. “Há uma referência de preços no mercado ditada pela Ambev. Quando ela aumenta, as concorrentes acompanham a decisão”, finaliza.
