O ex-marqueteiro Markinho Show solicitou a suspensão da determinação das suas quebras de sigilo telefônico e telemático à CPI da Covid-19. O presidente da Comissão, Omar Aziz (PSD-AM), pediu na última quarta-feira (7/7) que os senadores integrantes do colegiado esclarecessem o motivo da quebra de sigilos dos investigados na CPI.
Markinho Show, que passou a integrar o Ministério da Saúde na gestão de Eduardo Pazuello, defendeu, em documento protocolado, que o pedido da quebra de sigilo antes do seu depoimento na Comissão “não guarda justo motivo, para ser efetivado neste momento”.
“A agressiva e invasiva quebra de sigilos sem que antes haja a CPI me ouvindo e sem motivos específicos (não genéricos), configura excessiva medida neste momento”, continuou Marcos Eraldo Arnoud Marques, advogado de Markinho.
De acordo com o portal Uol, ele também ressaltou que comparecerá “espontaneamente” ao Senado no momento em que for convocado. Além disso, pediu que a CPI respondesse sua solicitação até esta sexta-feira (9/7) e disponibilizou seus contatos no ofício enviado ao senadores.
Markinho Show revelou que procurou a Comissão por meio de telefonemas, mas não foi atendido.
O depoimento de Marques foi marcado pelos senadores quando os trabalhos na CPI estavam no início. Entretanto, foi desmarcado e não houve retorno da data em que o depoimento poderia acontecer.
Covaxin
A CPI está investigando, neste momento, as irregularidades das negociações das compras dos imunizantes Covaxin. O nome de Markinho não tem sido citado durante as sessões.
Na quinta-feira (8/7), os senadores permitiram, durante o depoimento, que Franciele Fantinato, ex-coordenadora do Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde, se tornasse testemunha e deixasse de ser investigada.
O senador Renan Calheiros (MDB-AL) afirmou que as quebras de sigilo de Fatinato foram anuladas porque “convenceu a todos e deu declarações incisivas contra o governo”.
O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) foi quem solicitou as quebras de sigilo de Markinho Show. O requerimento foi aprovado pela Comissão no dia 29 de abril, e Vieira justificou que é necessário esclarecer quem tomava as decisões na comunicação do Ministério da Saúde.
A solicitação de Markinho ainda não foi respondida pelos senadores.
