Goiânia – A médica Isadora Mota comemorou a alta médica do paciente Elismário Amorim, de 54 anos, de forma inusitada. Depois de quase 100 dias de internação, para tratar um quadro de Covid-19, o marceneiro que chegou a ter 99% dos pulmões comprometidos dançou forró com a profissional.
Elismário recebeu alta médica na última sexta-feira (28/5). Ele foi internado no dia 24 de fevereiro de 2021, após testar positivo para o coronavírus. Durante este período, ele ficou 89 dias na unidade de terapia intensiva (UTI) e outros cinco na enfermaria do Hospital Ortopédico de Goiânia.
Apesar de ter saído da unidade de saúde, o homem deve continuar o tratamento em casa até se recuperar totalmente. Ele ainda precisa de oxigênio para auxiliar na respiração.
Veja o vídeo:
“Eu passei por um dos momentos mais difíceis da minha vida, onde 99% do meu pulmão foi comprometido. Quero agradecer à doutora Isadora, minha família e a todos que se empenharam no hospital para me ajudar com muito carinho e dedicação”, disse o marceneiro ao portal G1.
“Aquele forrozinho que a gente dançou me incentivou muito e foi gratificante. Agradeço por a doutora Isadora ter me apoiado e ter me chamado para dançar”, completou Elismário.
Já a médica, Isadora Mota, afirmou que o afeto faz diferença no trabalho que desempenha. “Estamos em um momento extremamente difícil, e poder cuidar com dignidade dos pacientes que estão em uma fase tão vulnerável da vida é algo que devemos continuar fazendo como um propósito de vida, que é a nossa missão. Gratidão a Deus e à nossa equipe de profissionais, pois sem o cuidado de cada um deles, essa dança não seria possível”, declarou a profissional.
Por meio das redes sociais, Isadora relatou um pouco da trajetória de Elismário no hospital.
Leia:
“E em 24/02/2021 você chegava para caminhar um dos momentos mais difíceis da sua jornada. Dias de luta. Muita luta. Dias em que respirar não era mais tão simples assim e a gente percebe a nossa fragilidade nesse mundo.
O oxigênio era baixo e a pressão arterial também abaixou e, às vezes, achamos que você ia…mas você não foi. E, então, seus olhos abriram. “Nós vamos te ajudar. Está tudo bem. Respira.”
E você respirou. E respirou. Inspirou, expirou. Inspirou, expirou. Vamos sair desse leito? Vamos sentar? Ficar de pé? Caminhar? Mas as pernas não obedeciam…
O cansaço era tremendo, mas ficar parado não era uma opção. Luta diária. E você sentou, ficou de pé e caminhou. Mas você não queria apenas caminhar. Queria dançar. Então, dançamos!
Meu querido, 94 dias se passaram até o dia de hoje. A sua luta foi imensa, mas vencemos, certo?! Você venceu a Covid-19. E nós, todos nós, profissionais da saúde que estivemos com você, nos sentimos vitoriosos. Ouvir os sinos badalando, as palmas e as vozes de alegria com a sua alta do hospital para sua casa, seu lar, no dia de hoje, foi uma benção! Nós te temos no coração e foi um privilégio poder cuidar de você.
Obrigada pela dança!”