O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello autorizou a participação dos advogados do ex-ministro da Justiça Sergio Moro no depoimento de testemunhas citadas no inquérito que apura uma possível interferência do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na Polícia Federal (PF). A decisão foi proferida nessa quarta-feira (06/05).
Os ministros Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Internacional (GSI), Braga Netto, da Casa Civil, e Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo, foram citados por Moro como testemunhas das ameaças que teriam sido feitas pelo mandatário da República, caso o ex-ministro não aceitasse as decisões de mudança no comando da PF.
“Defiro, em termos, a petição protocolada nesta Corte sob o nº 27.899/2020 e determino, em consequência, à autoridade policial federal, considerado o que dispõe a Lei nº 8.906/94 (art. 7º, inciso XXI, “a”), que, uma vez designadas as datas de inquirição das testemunhas, proceda à prévia comunicação, com antecedência mínima de 48 (quarenta e oito) horas, dos ilustres advogados do senhor Sergio Fernando Moro, para que possam acompanhar, querendo, a realização de tais atos”, disse, no texto.
O ministro também aceitou o pedido do procurador-geral da República, Augusto Aras, de receber a cópia da gravação da reunião citada por Moro, na qual teriam sido proferidas as ameaças.
